A ORIGEM DO UNIVERSO Brahman (PARAM BRAHMA, PARABRAHMA)


O Brahman é infinito, o universo que é a criação do Brahman também é infinito e um dia se dissolve no Brahman. O resultado da soma e dedução do infinito de infinito sempre é infinito.

O único onipotente, onipresente, onisciente, infinito, além do espaço e do tempo é o Brahman. Ele não tem atributos como a forma, a magnitude e as qualidades (Nirguna, Nirakar) e esta além do tempo, do espaço e da imaginação por isso não pode ser descrito com palavras.

Se todos os oceanos servissem de tinteiro, as montanhas de tinta, o galho da árvore divina como caneta e a terra como papel, a própria Saraswati (a deusa da sabedoria) escrevendo o tempo todo, ainda não conseguiria escrever suas qualidades.

A palavra raiz "brih" significa crescer, aumentar ou expandir e "an" significa produzir então Brahman é o começo que expande e se torna o universo inteiro

Brahman é o absoluto, supremo, impessoal, infinito, eterno, a fonte pré-cósmica da divindade, a causa de todas as causas, sem começo e sem fim, do qual todo emana e ao qual todo retorna. Ele não se manifesta mas está presente no maior corpo celestial e em também na indivisível partícula em todo animado e não-animado. Ele é a razão da consciência e da substancia.

Na literatura védica o Parabrahm é chamado de "tat" – aquele e tudo que é manifesto é chamado de "idam" – este. A palavra Brahman mais se aproxima da palavra absoluto. Existe uma diferença entre "Brahman" e "Parabrahma" – além do Brahman, então tudo aquilo que é além do absoluto é Parabrahma. Dentro do nosso propósito, no momento nos podemos desconsiderar esta sutil diferença, assim podendo trocar os nomes com segurança.

Conforme os textos hindus não existe um conceito de começoou de fim do universo. Se assim fosse teria uma data marcada para o começo e outra para o fim do universo. Os textos dizem que o universo segue um processo contínuo de expansão e retração. Assim, quando o ciclo começa, o universo começa existir, expande, no fim da expansão começa retrair e se dissolve para começar tudo de novo. A duração deste ciclo é de 311,04 trilhões de anos que está além da nossa imaginação por isso para assimilar melhor trataremos o presente ciclo como único.

Antes da criação do universo só existia o Brahman na forma não-manifesta e mais nada, nem espaço e tempo, nem sóis e planetas. Por vontade própria, ele se manifestou e sua energia operativa entrou em ação começando o ciclo da expansão. Na opinião de pesquisadores contemporâneos este momento corresponde ao momento de grande explosão do "Big Bang" – a mais recente teoria sobre a criação do universo aceita no Ocidente. Esta teoria é bastante conhecida no Ocidente, por isso, pode ser usada para melhor compreensão do assunto, porque não é conflitante com o tema, mas sim complementar, oferecendo subsídios interessantes quando se trata de valores metafísicos.

Em sânscrito, o fenômeno Big Bang chama-se Bindu Visphot, traduzindo literalmente, explosão do ponto.

1.2 BINDU VISPHOT - O BIG BANG

Nesse momento, liberou-se enorme quantidade de energia radioativa e vibratória e começaram existir espaço e tempo. A dinâmica da energia radioativa tinha uma forma típica que foi denominada na mitologia indiana como "Swastica" e a energia vibratória foi simbolizada pelo "Om". Esses símbolos são usados para o bem estar e prosperidade e podem ser vistos distintamente em todas as cerimonias auspiciosas.

Assim, começou mais um ciclo de expansão e retração, que não foi o primeiro nem será o último. Após o fim do ciclo da expansão haverá retração, quando o universo se dissolverá no Brahman para regenerar de novo.

A evolução do universo acontece em 14 fases, que são chamadas de Manvantaras, cada uma com a duração de 4,32 bilhões de anos. Esse período corresponde a um Kalpa ou um dia do Brahma. A vida do universo é 100 anos ou 36000 dias do Brahma. Um Manvantar é constituído de 71 ciclos menores – Mahayuga, 4,32 milhões de anos, mais um período de inatividade de 25,92 milhões de anos formam um Manvantar e no fim de cada ciclo existe uma devastação parcial.

A primeira fase da evolução, chamada de Svyambhoo Manvantar, foi precedida por uma longa noite de energias radiativas e vibratórias. Não havia céu, nem terra, nem luz, nem escuridão, nada além de absoluto silêncio.

Essa noite foi seguida por um amanhecer com nevoeiro, que formou um grande disco nebular e giratório, dando origem as primeiras galáxias. Isso aconteceu automaticamente, sem uma razão ostensiva, por isso essa fase chama-se Svyambhoo – "aquele que nasceu por si."

O segundo Manvantar foi Svarochisha que significa próprio brilho. Nesse estágio, começaram a se formar os objetos com a própria energia, emitindo luz como nossa estrela, o sol.

Durante o terceiro Manvantar – Uttama, o melhor, o sol que tinha brilho próprio e grande fonte de energia, atingiu a melhor forma e temperatura para criar e manter sua família de planetas.

A expansão do universo não pára por aí e com o tempo, o planeta terra foi abençoado para oferecer condições de gerar várias formas de vida.

Há várias teorias sobre a evolução do universo mas, a mais aceita, no mundo ocidental e entre os cientistas, é a teoria do "Big Bang". Ela se assemelha com a teoria que foi proposta pelos sábios indianos nos tempos antigos, quando não haviam equipamentos de medição, computadores e telescópios, mas os sábios tinham desenvolvido outros sentidos e métodos de conhecimento. A proposta acima é uma tentativa de conciliação entre os dois pontos de vistas.

Conforme a opinião dos cientistas, a base de tudo que existe no universo, desde as galáxias, as estrelas, os sóis, até o ser humano, a formiga ou a menor partícula existente, é o hidrogênio e helium, que foi criado nos primeiros 100 segundos após o Big Bang. Assim, todas as formas de matéria, que nos vemos no universo e inclusive no nosso planeta, são meramente diferentes aspectos desses elementos e isto não nos exclui.

A teoria do Big Bang é fundamentada somente nos valores metafísicos mas os hindus associam a evolução do universo com valores metafísicos e espirituais. Assim, para eles, a manifestação do Brahman resultou na criação da "trindade divina".

Adi Shakti (a energia primordial) através de seus três principais aspectos – a trindade divina, rege o universo.

o Criação por Brahma

o Preservação por Vishnu

o Transmutação por Shiva

Fundamentalmente os três são unos e interdependentes, isto é, um não pode existir sem o outro, porque são as diferentes formas da mesma energia inicial. O mais importante é entender os atributos, não as formas ou figuras que foram criadas posteriormente pela imaginação humana.

A "Trindade Divina" é o fundamento do hinduísmo, todas as outras divindades e deidades são uma ou outra forma aliadas a ela, por exemplo, Saraswati – deusa da sabedoria é esposa do Brahma; Laxmi – a deusa da riqueza é a esposa do Vishnu; Ganesh é o filho de Shiva; Rama e Krishna são encarnações de Vishnu.

ADI SHAKTI

TRINDADE DIVINA - BRAHMA, VISHNU, SHIVA

1.3 BRAHMA - O CRIADOR

O Brahma – o primeiro da trindade divina, deu o primeiro impulso na criação do universo. Tudo que observamos, através dos nossos sentidos, é obra dele. Cosmologicamente ele é Hiranya Garbha – o ovo dourado, a bola de fogo, a partir da qual o universo se desenvolve.

Conforme a mitologia, na forma personificada ele tem quatro cabeças representando o controle sobre o tempo (quatro yugas) e espaço universal, a moringa na mão – água da vida, o símbolo da fertilidade e criação; na outra mão, os quatro Vedas, simbolizando o conhecimento e a consciência.

O tempo de duração da vida do Brahma, inclusive da trindade, é idêntico ao ciclo do universo. Durante esse período, são provocadas varias devastações parciais, que são denominadas como as noites do Brahma e ao acordar, ele começa o próximo ciclo de vida.

1.4 VISHNU - O PRESERVADOR

Vishnu, vem da palavra raiz "vis" – entrar, penetrar, difundir, e é assim, que ele sustenta e preserva o universo, integrando-se a sociedade. Ele se manifestou na terra através de suas nove encarnações, demostrando para a humanidade a moral e como viver em harmonia cósmica. Rama, Krishna e Buddha são consideradas suas três últimas aparições na terra.

Nas imagens personificadas, ele aparece com quatro maõs carregando a concha – energias vibratórias, o disco – chakra – o tempo, gada – o terror dos maus, o lótus – amor e fertilidade. Também, aparece deitado nas profundas águas em cima da serpente, demostrando a serenidade, a calma, o ambiente a doméstico, felicidade e o domínio sobre tempo.

1.5 SHIVA O TRANSMUTADOR

O terceiro aspecto do Trimúrty – trindade divina, é o Shiva, cuja função é de destruição, como popularmente é conhecido mas o termo apropriado deve ser regeneração ou transmutação, porque quando as reformas não proporcionam resultados satisfatórios, o velho deve ser derrubado para dar espaço a um novo. Shiva, como regenerador, evita e elimina doenças e como transmutador, eleva o ser aos níveis superiores de consciência. Foi através dele que os sábios receberam o conhecimento do yoga.

Na sua personificação, ele é descrito nas várias formas, principalmente sentado na posição de yogi, emanando paz e tranqüilidade. Os três olhos representam passado, presente e futuro; a lua crescente, na cabeça, indica o tempo medido pelas fases da lua; a serpente, na garganta, o tempo em ciclos e a imortalidade espiritual; a garganta dele é azul, por tomar o veneno para bem da humanidade; o Ganges, saindo da cabeleira significa a água da vida; o damroo (pequeno tambor), indica energias vibratórias e o tridente é o terror dos maus elementos.

1.6 OS CICLOS DO TEMPO

Os menores ciclos

60 Tatparas = 1 Paras
60 Paras = 1 Vilipta
60 Vilipta = 1 Lipta
60 Lipta = 1 Vighatika
60 Vighatika = 1 Ghatika
60 Ghatika = 1 Dia

Um dia (24 horas) = 86.400 Segundos = 46.656.000.000 Tatparas
1 Segundo = 540.000 Tatparas

Os maiores ciclos

Sat yuga 1.728.000 anos
Treta yuga 1.296.000 anos
Dwapar yuga 864.000 anos
Kali yuga 432.000 anos
Maha yuga 4.320.000 anos

1 Manvantar = 71 Maha yuga = 71 x 4.320.000 = 306.720.000 anos
14 Manvantar = 14 x 306.720.000 = 4.294.080.000 anos

Um Kalpa que é um dia do Brahma é composto de 14 Manvantars ou 1.000 Mahayugas. Antes do primeiro e após cada Manvantar existe um período de 1.728.000 anos denominados Sandhya e Sandhyamsha (junção) respectivamente. Assim dentro de um ciclo de 14 Manvantras existem 15 períodos de Sandhyas.

Um Kalpa = 1 dia do Brahma = 14 Manvantar + 15 Sandhya ( Periodo de Junção)

= 14 x 306.720.000 + 15 x 1.728.000 anos

= 4.294.080.000 + 25.920.000 anos

= 4.320.000.000 anos ou 1.000 Mahayugas

A duração da vida do Brahma é de 100 anos ou 36.000 dias + 36.000 noites.

( O ano vedico esta baseado em ciclo lunar, não solar)

Vida do Brahma = 72.000 x 4.320.000.000 anos = 311.040.000.000.000 anos

Este período é chamado Maha Kalpa que simboliza a exalação do Brahman; durante a inalação o universo volta a se dissolver no Brahman completando um ciclo de expansão e retração.

De acordo com os modernos cálculos astronômicos baseados nos dados das escrituras Vedicas nos estamos no 4o Yuga (Kali yuga) que começou no dia 20 de fevereiro de 3102 a.C., do 28o Maha yuga, do 7o Manvantar (Veivasvat).

Tempo percorrido no presente Kalpa
(Shwet Varah Kalpa)
em anos humanos

Duração dos 6 Manvantaras

6 ´ 306.720.000

=

1.840.320.000

7 Periodos de Sandhyas

7 ´ 1.728.000

=

12.096.000

27 Maha yuga

27 ´ 4.320.000

=

116.640.000

Sata yuga

=

1.728.000

Treta yuga

=

1.296.000

Dwapar yuga

=

864.000

Kali yuga até 19/02/1998

3102+1998

=

5.100

Total

=

1.972.949.100


1.7 O ESPECTRO ELETROMÁGNETICO

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