COSMOS - OS ELEMENTOS

COSMOS

OS ELEMENTOS

Na teosofia ocidental existe uma diferença entre cosmo e kosmo. O primeiro representa o sistema solar e segundo, o galáctico. Mas para ser mais prático e convencional aqui, a palavra cosmo é usada no sentido mais abrangente, envolvendo todo o universo, que é representado pela palavra sânscrita Brahmanda. Segundo as mesmas fontes a palavra "microcosmo" significa pequeno arranjo ou pequeno universo e refere-se, geralmente, ao ser humano que é a imagem do seu criador – o macrocosmo e contém tudo que este último tem e é a parte inseparável dele. Por isso o microcosmo contém em si o evoluído ou não-evoluído, o implícito ou explícito, o ativo ou latente, tudo que o macrocosmo tem, seja energia, força, matéria, substância, qualidades e tudo mais. A origem dos dois é a mesma, as energias, as substâncias e o futuro também. Não é a toa, que o homem é chamado de filho de deus.

O cosmo é constituído, basicamente, de sete Tattvas (elementos), que são a essência do cosmo – a supra consciência, a força motriz e a rudimentar matéria-prima. Esta última, a matéria prima deu origem aos cinco elementos conhecidos. Da supra consciência e da força motriz a humanidade ainda não tem muito conhecimento mas isso deve acontecer no futuro. Estes elementos começaram existir a partir do seu superior próximo na seguinte seqüência:

o Adi tattva – Princípio Original ou a Consciência

o Anupapadaka tattva – Princípio Espiritual ou a Força Motriz

o Akasa tattva – Princípio do Éter

o Vayu tattva – Princípio do Ar

o Tejas tattva – Princípio do Fogo

o Apas tattva – Princípio do Água

o Prithivi tattva – Princípio do Terra.

Todos estes tattvas, além de ter própria propriedade dominante, tem as propriedades de todos os superiores e, durante a dissolução do universo, retornarão a origem na ordem inversa e, finalmente, ao Brahman.

Como todos os tattvas retêm as propriedades do primeiro, o Adi tattva ou a consciência suprema está sempre presente em todas as formas da matéria, desde o átomo até a galáxia. Assim a matéria e a consciência são sempre coexistentes.

No Ocidente, os últimos quatro elementos são bastante conhecidos e percebidos na forma densa pelos nossos sentidos


2.2 MACROCOSMO E MICROCOSMO

A figura anterior demonstra a correspondência dos tattvas (elementos) no corpo humano representados pelos chakras. Os dois primeiros O Brahman representado pelo Principio de consciência e As energias ou Princípio espiritual, são representadas pelos Sahastrar Chakra – Plexo Cerebral e Agya Chakra – Plexo Pineal respectivamente. Estes são conhecidos somente após a abertura da comunicação através de Akasha entre os planos inferiores e superiores.

Quando a consciência se manifesta em plano material toma uma forma física ou um corpo físico, que tem cinco revestimentos, cada um mais sutil do que outro.


Cada revestimento interno, é mais sutil do que o externo. Sutileza quer dizer a capacidade de difusão, por ex: a água é mais sutil do que o gelo e o vapor é mais sutil do que água. O corpo físico é mais denso do que todos. O ar vital, que precisamos para manter o corpo, ocuparia mais espaço do que o corpo, por isso é mais sutil. Nossa mente, pode chegar onde nossa respiração não alcançaria, assim o revestimento da mente é mais sutil do que o revestimento do Ar Vital. O Atman, núcleo, é mais sutil de todos e corresponde ao Brahman, no macrocosmo.

Esses revestimentos, dependem da evolução de cada tipo de organismo. As plantas têm a mente e o intelecto rudimentar mas superior ao das pedras e inferior ao dos animais. Sem dúvida, em toda natureza, o homem é o ser mais evoluído.

A seguir, uma breve descrição destes revestimentos:

1. Annamaya Kosh – Revestimento da Matéria: o corpo físico que pode ser observado pelos nossos sentidos. Este revestimento é mantido pela alimentação e depois da morte voltará a ser alimentação. Os órgãos do conhecimento e da ação são parte deste revestimento.

2. Pranmaya Kosh – Revestimento do Ar Vital: o ar que respiramos chega a cada célula do nosso corpo através do sangue e sem ar a vida não é possível. O prana não se refere somente ao oxigênio mas a toda função do ar dentro e fora do corpo.

3. Manomaya Kosh – Revestimento da Mente: a mente pode chegar aos lugares vistos e pode imaginar as coisas não vistas. Ela nunca acalma, não fica quieta, cria as dúvidas e perguntas. Por seu vasto alcance, é considerada mais sutil do que a matéria e o ar vital.

4. Vigyanmaya Kosh – Revestimento do Intelecto: a mente duvida e pergunta, o intelecto determina, resolve e responde. O intelecto é mais sutil do que a mente porque entra no desconhecido para trazer as respostas.

5. Anandmaya Kosh – Revestimento do Êxtase: no estado de sono profundo, a pessoa experimenta certa paz e tranqüilidade. É denominado o revestimento da felicidade, porque todos experimentam a mesma paz e felicidade não interessa qual for o seu estado: acordado ou sonhando, saudável ou doente, rico ou pobre, jovem ou velho, feliz ou infeliz.

Dependendo do estado evolutivo todos os organismos que existem no mundo são divididos em quatro categorias ou reinos – mineral, vegetal, animal e humano. O desenvolvimento dos revestimentos faz a diferença principal. Uma pedra ou uma planta ou um animal, nenhum deles tem o intelecto desenvolvido como o do ser humano. Como a Terra um dia, durante o processo de evolução, era só um aglomerado de poeira, o ser humano também passou por este processo até chegar ao estado atual.

O Atman – a centelha divina, que existe no microcosmo está coberto por várias camadas, sendo a última a mais densa, o corpo físico. Geralmente nós sentimos a existência só deste corpo e sempre nos referimos a ele como "este corpo". Raramente nós temos consciência dos outros revestimentos como o mental e o intelectual e quase nunca temos a consciência do Atman dentro de nós. Tendo a consciência somente do corpo físico, todas as nossas ações durante a vida são dirigidas para a sua manutenção e os resultados positivos ou negativos trazem felicidades ou tristezas. Um dia este corpo não consegue mais processar a energia do Prana e nós achamos que é o fim de tudo.

Nós nunca deixamos de ser o Atman mas, por ignorância, quando nos identificamos com os revestimentos mais densos, como corpo físico, criamos egos ou individualidades a nosso respeito. Por ex: sou pequeno, sou pobre, sou rico, estou preocupado, estou doente, etc. Assim, cada um de nós tem diversas personalidades, identificando-nos com um ou outro revestimento. Muitas vezes, optamos por satisfazer um ego relacionado com um corpo em detrimento do outro. Por ex: a conselho do médico deixamos cortar fora uma parte do corpo que trará conseqüências mais graves no futuro e uma tortura mental; ou um político que sofre torturas mentais e físicas por um ideal que tomou conta do seu intelecto.

Assim fica fácil de entender porque os grandes mestres e profetas, que descobriram a natureza verdadeira do seu próprio ser, aceitaram as dores físicas e mentais com prazer. O Cristo pediu perdão para seus matadores e o Gandhi ao cair no chão com três balas cantou o nome de Deus.

Conforme a teosofia ocidental, a constituição humana tem três elementos: o espírito, a alma e o corpo. O espirito pode ser considerado como o atman e a alma como atma ou jivatma, que é denominado por outros nomes dependendo das linhas filosóficas. O atma evolui através das experiências e do karma da pessoa. Ele é a ponte entre o Atman e o corpo e é imortal. Quando o corpo morre, o atma continua sua trajetória de evolução e reencarna com outro corpo. Toda filosofia indiana está fundamentada na lei do karma – causa e efeito e para sofrer os resultados positivos ou negativos dos próprios karmas, o atma precisa encarnar tantas vezes quantas forem necessárias. Quando o atma se desenvolve bastante e fica sem nenhum karma, não reencarna mais, todos os revestimentos se dissolvem e ele se funde no Brahman.